Já imaginou contar os peixes de um lago sem retirá-los?
Pode parecer história de pescador, mas segundo pesquisadores do Instituto Mamirauá, no Amazonas, existe uma técnica específica para a contagem dos pirarucus (Arapaima gigas).
Para o manejo de peixes que está sendo proposto pelo Projeto Pescar, uma iniciativa das Colônias de Pescadores de Araguacema e Couto Magalhães em parceria com a COOPTER, é necessário que haja uma contagem dos peixes (pirarucus) para se ter um número de quantos espécimes podem ser retirados do ambiente, sem que cause prejuízo à manutenção do seu estoque.
Para aprender essa técnica, trouxemos uma equipe de quatro pessoas (dois técnicos em manejo de pesca e dois pescadores certificados) do Instituto Mamirauá.
Aula teórica na Colônia Z-05, em Araguacema.
Simulação de posicionamento para a contagem dos peixes.
O curso, em cada Colônia, teve a duração de três dias, sendo um dia de aula teórica e dois dias de prática.
No município de Araguacema foram visitados dois lagos: o Mureré, e o Carolho I.
Lago Mureré, primeiro dia de aula prática.
Uma conversa sobre manejo de pesca.
Equipe de Contadores de Araguacema.
Lago do Carolho I, terceiro dia de curso.
Saída para contagem: avaliação prática.
Para a avaliação prática, um pescador certificado (com prática de contagem e avaliado pelo Instituto Mamirauá) acompanha dois pescadores e escolhe um determinado trecho do lago para realização da contagem. No final de um certo tempo eles retornam à margem e são comparados o que foi avistado pelo pescador certificado com o que avistaram os participantes.
Mesmo tendo concluído a capacitação, os futuros contadores precisam ser certificados pelo Instituto Mamirauá, onde lá contaram os peixes em um determinado local e depois uma rede de arrasto é utilizada para a retirada dos animais. Somente assim serão comparados os valores observados com os valores reais, com uma margem de erro de 30%.
Aula teórica na Colônia Z-09, em Couto Magalhães.
Simulação de posicionamento para a contagem dos peixes no lago.
Saída para o primeiro dia prático, pelo Rio Araguaia.
Lago do Lassafá... não avistamos pirarucus.
Lago da Bezerra, 7 Km de extensão.
Devido à pressão de pesca acentuada nos lagos do município de Couto Magalhães não conseguimos visualizar nenhum indivíduo, porém não significa que tudo está perdido. A partir do esquema de vigilância dos lagos pelos pescadores participantes do Acordo de Pesca, e de uma maior fiscalização dos órgãos ambientais (devido à publicação da portaria que reconhece o Acordo de Pesca no município) os ambientes, ora sem peixes, estarão protegidos para receber esta espécie, que procura exatamente esse tipo de ambiente para se reproduzir, uma vez que os lagos são, na opinião dos especialistas, lugares ideais para que a espécie habite e procrie.
Da esquerda para a direita: Josué (pescador da Reserva Mamirauá); Onivaldo (coordenador do Projeto Pescar); Jovane (técnico do Programa de Manejo de Pesca, do Instituto Mamirauá); Luciano (técnico de campo do Projeto Pescar); Saíde (técnico do Programa de Manejo de Pesca, do Instituto Mamirauá); Irenovam (presidente da Colônia de Pescadores de Couto Magalhães); e Denis (pescador da Reserva Mamirauá).
Na opinião dos participantes, o curso foi um sucesso! Além do conhecimento trazido, foi uma injeção de ânimo para o prosseguimento do Projeto.
AVANTE ACORDOS DE PESCA NO TOCANTINS!!!!